domingo, 15 de agosto de 2021

Girl, Serpent, Thorn

 

Depois de me apaixonar com todas as minhas forças por “Garotas de Neve e de Vidro”, decidi que precisava ler mais livros da Melissa Bashardoust, e posso dizer com toda a certeza de que não me arrependi! “Girl, Serpent, Thorn” (Garota, Serpente, Espinhos), apesar de não superar o outro livro da autora, é com certeza uma obra prima.

Sério, o único grande defeito desse livro é nunca ter sido publicado no Brasil. No fim das contas eu gostei tanto da escrita da autora que comprei o original e aproveitei para treinar o inglês. Recomendo muito esse livro pra quem é bilíngue e está procurando por oportunidades para praticar, é aquele velho discursinho de todo professor: a gente aprende melhor um idioma fazendo algo que gosta! Acontece que se você não consegue entender inglês, infelizmente não vai poder ler por enquanto, vamos torcer para que um dia saia a versão brasileira!

Agora, vamos falar sobre do que se trata o livro em si? A trama foi baseada nas histórias da Antiga Pérsia, trazendo vários dos elementos dos contos desses povos, mas reinventando eles com valores mais atuais. É como no outro livro que li da autora, que recontava a história da branca de neve, a diferença é que dessa vez eu não conhecia as histórias originais, e o livro me deixou com muita curiosidade de pesquisar um pouco mais sobre elas (nesse quesito, é uma experiência semelhante a ler os livros do Rick Riordan quando não se tem nenhum conhecimento prévio de mitologia).

A protagonista, Soraya, é a Shazadeh (princesa) de um reino governado por seu irmão gêmeo, o Shah (rei). Acontece que ela não podia interagir com ninguém na corte (exceto por seu irmão, sua mãe, sua melhor amiga e o irmão idiota dessa amiga) e vivia sempre escondida nas sombras, perambulando pelas as passagens secretas do castelo, por causa do seu segredo: Soraya era venenosa, e todas as pessoas, divs (umas criaturas monstruosas lá da mitologia persa) e animais que ela tocassem morriam quase que instantaneamente.

Uma das únicas formas de vida que ela ainda conseguia tocar eram as plantas, por isso, ela cultivava um jardim, a prova de que ela não era capaz apenas de destruir, mas de criar. Isso era extremamente importante para ela, porque todo esse poder de destruição fazia com que a princesa se sentisse um monstro, como se faltasse pouco para ela se transformar totalmente em um demônio. Um de seus contos preferidos inclusive era sobre um antigo Shah que, por conta de sua maldade, acabou se transformando em um div. Durante toda sua infância e adolescência, ela tentava reprimir qualquer emoção negativa que sentisse, com medo de acabar com o mesmo destino do protagonista do conto.

No começo da história, a vida de Soraya tem três grandes reviravoltas: a primeira é que Sorush, seu irmão e o Shah, ia se casar com Laleh, sua melhor amiga (e por quem ela teve uma quedinha na infância, diga-se de passagem). A segunda é que uma div chamada Parvaneeh foi capturada, e ela tinha informações valiosas sobre a maldição de Soraya. A terceira é que um rapaz chamado Azad se tornou um Azatan (tipo os guardas do castelo), e ele era uma das poucas pessoas que não tinha medo de se aproximar da Soraya.

Eu poderia passar horas e horas falando desse livro, mas ele é cheio de reviravoltas, então sinto que qualquer coisa que eu for falar além disso é spoiler. Enfim, se você curte mitologias antigas, histórias de princesas, plot twists a torto e a direito, romances sáficos, problemas familiares, morais sobre auto aceitação e traições ao nível Maven Calore, esse livro é perfeito para você (assim como foi perfeito pra mim).


                                                               Laura




domingo, 27 de junho de 2021

Livros com representatividade LGBTQIAP+

  


  E, depois de muito tempo sem postar nada aqui no site, estamos de volta com os comentários de domingo! Hoje, como estamos no mês do orgulho LGBT+ (no finzinho dele na verdade), vou falar sobre alguns livros com representatividade que eu amo demais! Separei livros de vários gêneros, então tem para todos os gostos! Só tomei o cuidado de pegar apenas aqueles com finais felizes, porque sabe como é né, na mídia LGBT+ morre mais que personagem do John Green. Alguns deles já tem uma resenha completa no site, e é só clicar nos títulos azuis para acessar, ver mais informações e ler minha opinião completa sobre os livros ;) 





George

    E já vamos começar com um dos meus livros favoritos! “George” conta a história de uma menina que queria interpretar uma aranha numa peça da escola, mas não podia, porque aquele era um papel para meninas e todos achavam que George (ou Melissa, que é o nome que ela escolheu) era um menino. Esse livro tem como protagonista uma das crianças mais fofas de toda literatura, além de tratar de temas muito importantes relacionados a comunidade trans e ter uma história cativante que prende o leitor. Além disso é curtinho, se você é do tipo que devora livros muito rápido vai ler em um dia. Recomendo demais!

           



Rainhas Geek

               Esse livro conta a história de três amigos que vão a uma convenção Geek, e segue a perspectiva de duas delas, Charlie e Taylor. Charlie é atriz, youtuber e está tendo que lidar com o término com seu ex-namorado (também conhecido como um dos personagens mais babacas da literatura), enquanto finalmente conhece Alyssa, uma youtuber pela qual ela é apaixonada. Ao mesmo tempo, Taylor (que por acaso tem asperger, mais pontos para o livro na questão
da representatividade), acompanhada de seu amigo Jamie, está fazendo de tudo para conhecer sua escritora favorita antes de entrar na faculdade.

Nesse livro acompanhamos duas histórias de romance, e as duas são extremamente clichês (nada que você não encontre num site de fanfic), o que eu pessoalmente não gosto muito, mas o resto do livro é tão bom que nem faz diferença. Também é interessante pensar que esse é um dos poucos livros com uma protagonista bi que eu já li onde a trama não gira em torno de se descobrir ou sair do armário, mas simplesmente tem esse elemento como parte da história. “Rainhas Geek" é um livro extremamente leve e gostosinho de ler, recomendo demais para relaxar no fim do dia!

 


Magnus Chase e os Deuses de Asgard

               E vamos de mitologia nórdica nos tempos atuais? Esse livro, escrito pelo mesmo autor que Percy Jackson (clique aqui para saber mais sobre a conexão entre os dois livros), conta a história de Magnus Chase (o primo da Anabeth de pjo), um jovem sem teto que morre e vai parar no Hotel Valhala, uma espécie paraíso dos heróis vikings, onde ele passa por uma longa jornada para impedir o Ragnarok (fim do mundo). No segundo livro da trilogia, conhecemos Alex Fierro, que ficou conhecido/conhecida como uma das primeiras ou um dos primeiros personagens gênero fluido da literatura contemporânea. Alex também é interesse amoroso do Magnus da história, por isso, todo mundo considera ele como pansexual (embora o termo nunca tenha sido usado explicitamente nos livros). 

    É interessante lembrar que esse livro não traz representatividade apenas de pessoas LGBT+, mas também tem personagens surdos, muçulmanos, sem-teto e de diversas etnias. "MagnusChase" é a minha trilogia favorita de livros entre todas da minha estante (só que eu falo para as pessoas que é Percy Jackson, porque nem todo mundo conhece o Magnus), e com certeza merece um espaço nessa lista. Uma história que mistura aventura, mitologia, e é claro, muito humor. Recomendo muito se você gosta dessas 3 coisinhas!


 


Simonverso

               Acho que “Com Amor, Simon” (blarg, ainda não superei terem mudado o nome depois do filme. "Simon vs. A Agenda Homo Sapiens" é muito melhor, mas enfim) seus spinoffs e continuações é a recomendação mais clássica de livro LGBT+ hoje em dia, e não podiam deixar de estar nessa lista! Considerando o sucesso do filme e do livro, imagino que todos já tenham ouvido falar sobre a história do adolescente gay com dificuldades para sair no armário que começa a conversar com um colega anônimo da escola na mesma situação. Essa é a trama do primeiro livro lançado, “Simon vs. A Agenda Homo Sapiens” ou simplesmente “Com Amor, Simon”, um dos meus livros de romance favoritos.

Como uma continuação desse livro, temos “Leah Fora de Sintonia” (o meu favorito dentre esses livros, por sinal), que conta a história de romance entre duas das amigas do Simon, Abby e Leah, que narra o livro. É um romance com todos os clichezinhos de ensino médio (tipo o baile de formatura) mas que usa eles de uma forma tão legal que no lugar de ser só chato e repetitivo, dá toda a mágica do livro.

Além desses dois, temos “Os 27 Crushes de Molly”, o único desse “simonverso” que tem uma protagonista hétero. Ainda assim, temos vários personagens LGBT+, como sua irmã (que é queer e namora uma menina pan) e suas duas mães. Assim como os outros livros, esse livro traz vários clichezinhos de uma forma que não é repetitiva, apenas fofa. Essa história também fala de temas importantíssimos como aceitação do próprio corpo e mudanças nas relações com as pessoas, o que é muito legal.

Para fechar com chave de ouro, temos “Com amor, Creekwood”, que conta, através apenas de e-mails, a vida dos casais de “Com amor, Simon” e “Leah fora de Sintonia” na faculdade, sendo uma ótima maneira de revisitar esse universo. Todos os 3 livros de romance adolescente e o spinoff são muito bons, e recomendo demais que você leia.

 


Garotas de Neve e de vidro

Gosta de livros de princesa e contos de fadas? Se sim, esse livro é pra você! “Garotasde Neve e de Vidro” é uma releitura feminista do conto da Branca de Neve, que conta a história da princesa Lynet (branca de neve) e Mina (a madrasta). Essa nova versão traz vários elementos do conto original, mas cria uma trama completamente diferente, eliminando inclusive alguns pontos mais problemáticos dele (sabem como é, a branca de neve é uma história escrita a séculos atrás, é logico que nem tudo é cem por cento politicamente correto para os padrões atuais).

Uma das principais diferenças é que enquanto na obra original o foco é o romance, aqui o foco é a relação de mãe e filha entre a princesa e a madrasta (duas personagens extremamente bem construídas e com conflitos com os quais os leitores e leitoras com certeza vão se identificar). Falando em romance, no lugar de ficar com um príncipe, a princesa Lynet
tem sua história de amor com Nadia, a cirurgiã do palácio, o que garantiu um lugar especial para o livro nessa lista!

 




Tudo Pode acontecer

Esse é o único livro de hoje que ainda não tem resenha no site, mas se você quiser comenta aqui em baixo que eu posso escrever uma algum dia! Ele conta a história de Tretch, um jovem gay que mora em uma cidade pequena e está apaixonado por Matt, seu melhor amigo. O livro trás muitas reflexões sobre segredos e ser quem você é, e não poderia deixar de estar entre as recomendações de hoje!

 






E essas são as recomendações do dia! Se tiver algum livro com representatividade LGBT+ que você gosta e não apareceu na lista, não esquece de deixar nos comentários do blog e do insta! Vou ficar muito feliz em ver as recomendações de vocês! 


Laura

domingo, 9 de maio de 2021

5 Referencias de Harry Potter a Mitologia Greco-Romana

 

Ontem, no finzalzinho da live que gravei com a minha mãe (se você ainda não assistiu, fico salvo lá no IGTV do Book&Geek!), eu prometi que faria um post hoje no site com um livro citado na live e um tema que a gente comentou, e aqui estamos! O livro citado é Harry Potter, e o tema comentado é mitologia! Duas das minhas coisas favoritas nesse mundo.... Onde estão os fogos de artificio?

Se tem uma saga que é recheada de referências, é Harry Potter. A maioria das criaturas magicas foram inspiradas em mitologias antigas, e alguns nomes da história bruxa (como Nicolau Flameu, que foi um alquimista de verdade) veem de figuras históricas reais. Separei aqui 5 referencias que Harry Potter faz a mitologia greco-romana, baseado nos meus conhecimentos de mitologia e uma rápida busca no Google. Vale lembrar que existem muitas versões dos mitos antigos, então é possível que você tenha ouvido uma história diferente das que vou contar. Se for o caso, isso não quer dizer que algum de nós está errado, apenas que estamos nos baseando em fontes diferentes, então pode deixar aqui nos comentários que eu vou ficar muito feliz em conhecer as suas versões das histórias!

Também vamos deixar claro que eu não sou uma grande pesquisadora das mitologias nem PhD em antiguidade clássica, e a maior parte dos meus conhecimentos mitológicos vem de Percy Jackson. Obviamente, dei uma olhada no Google para garantir que não estou espalhando nenhuma mentira, mas vamos apenas deixar claro que não sou nenhuma dona da verdade aqui. Se você estudou um pouco mais do assunto vou ficar feliz em aprender o que você puder compartilhar nos comentários!

 

 

Fofo

 

Começamos com fofo, nosso adorável cãozinho de três cabeças! Ele foi inspirado em Cérbero, o animal de estimação de Hades (conhecido como Plutão pelos romanos), o deus do mundo inferior. Tal qual Fofo, o animal mitológico também era um cachorro de três cabeças, embora em algumas versões seja retratado com juba e cauda feita de serpentes. Ainda assim, é comum vê-lo representado apenas como um cachorro com três cabeças, igualzinho a versão de Harry Potter.

Imagem de "Fofo", o cão de três cabeças de Harry Potter e a Pedra Filosofal

Assim como Fofo, o cãozinho original também era responsável por guardar uma porta. Só que ao invés de proteger o alçapão que levava até a pedra filosofal, ele defendia o portão para o mundo dos mortos!

 




Centauros da Floresta Proibida
 

Lá vem mais uma das criaturas mágicas do Wizarding World que foi baseada na mitologia! Apesar de esses seres serem retratados como calmos e sábios, na mitologia tradicional eles estavam mais para.... Como posso dizer? Baladeiros mucho locos.

Apenas um dos centauros tinha a sabedoria em comum com os dos filmes/livros: Quíron que foi o mentor de vários heróis, incluindo Aquiles, Héracles (você provavelmente conhece esse pelo nome romano, Hércules), Peleu, Teseu, Jasão, Percy Jackson.... Assim, conclui-se que os centauros da floresta proibida foram inspirados em Quíron.

 

O Nome do Remo

Imagem de Rômulo e Remo sendo amamentados pela loba

Segundo as crenças tradicionais romanas que contam sobre a fundação do famoso Império, existia um reino chamado “Alba Longa”, que era governado pelo rei Numitor. Amúlio, irmão de Numitor, tomou o trono de seu irmão e o prendeu, assim como sua filha, Rea Silvia. Foi então que Marte (conhecido como Ares pelos gregos), o deus da guerra, se apaixonou por ela. Eles tiveram dois filhos, um chamado Rômulo e outro chamado, adivinhem só, Remo.Quem não ficou muito feliz com isso foi Amúlio, que tinha medo de que as crianças tomassem a coroa algum dia. Como uma solução nenhum pouco psicopata para esse problema, ele taca os bebes-sobrinhos-semideuses no rio Tibre. Sabe se lá como, eles não morreram. E sabe se lá como, eles foram amamentados por uma loba. E é por isso que justamente o amiguinho lobisomem do Harry Potter se chama Remo.

    Continuando com o mito, um camponês encontrou os bebes com a loba. De algum modo, não me perguntem como, o cara sabia que se tratavam dos futuros reis, e decidiu cria-los. Quando descobriram sobre suas origens, eles conseguiram reaver o trono. Ai eles tiveram uma briguinha de irmãos que resultou em Rômulo matando Remo (sim, o Remo morre até na mitologia romana), e se tornando o primeiro governante do então reino (que depois virou uma república que depois virou um império) romano.

Apesar de não existir nenhum irmão do Remo em Harry Potter, no último livro, quando participa de uma rádio secreta da ordem da fênix, Remo utiliza o apelido Rômulo para esconder sua verdadeira identidade. Assim, tanto o nome quanto o apelido do sr. Remo Lupin foram baseados na mitologia romana.

 




Aragogue
 

A aranhona da floresta proibida também pra lista das referências a mitologia. Segundo o mito grego, Aracne era uma jovem tecelã, e a melhor em sua profissão. Um dia, ela ousou se proclamar melhor que a deusa Atena, deusa da sabedoria e inventora do tear. Furiosa, a deusa a desafia para um duelo de quem-faz-a-melhor-tapeçaria. No final, mesmo declarando empate, a Deusa decide punir Aracne de qualquer jeito por insulta-la.

O que ela faz? Transforma a moça numa aranha gigante (igual ao sr. Aragogue), em alguns mitos considerada a primeira aranha, para que ela possa exercer sua profissão com fios pelo resto da vida. Na competição os mortais torceram por Atena, e reza a lenda que é por isso que humanos e aranhas não se dão bem. Seja como for, as aranhas gigantes da Floresta Proibida vieram da Mitologia Grega.

Imagem de "Aragogue", de Harry Potter e a Câmara Secreta



Nome da Minerva

 

Lembra de Atena do item inferior? Bem, “Atena” era o nome grego dela. Para os romanos, a deusa se chamava Minerva. Nossa querida Professora Mcgonagall teve a honra de ser nomeada em homenagem a deusa romana da sabedoria e das artes! Assim como a deusa, a professora Minerva era retratada como uma mulher extremamente sábia. Tal qual Remo, o nome dela também é uma herança dos antigos romanos!

 




 

Bom, como um pouco mais de tempo e pesquisa, eu poderia ficar o dia inteiro aqui citando referencias de Harry Potter a mitologia greco-romana. Alias, não é só nos gregos e romanos que esses livros se inspiram! O nome da cobra de Voldemort, Naguini, por exemplo, foi baseado nas antigas crenças hindus (fica de bônus ai). Decidi fechar a lista em 5 itens, para não passar dos limites, mas se você conhecer mais alguma referência, fique a vontade para comentar aqui no site ou no insta! De repente posso fazer uma parte dois algum dia... Mas por hoje é só :)



Laura

domingo, 25 de abril de 2021

Top 3 Melhores Adaptações Cinematográficas


    Adaptações cinematográficas.... O sonho de muitos leitores, mas também seu maior pesadelo. Sonho porque muitas vezes o que mais queremos é ver nossos amados livros nas telonas! Quem nunca ficou imaginando como seria uma adaptação do livro enquanto lia? E pesadelo porquê.... Bem, porque em 90% dos casos o filme fica horrível e não tem nada a ver com o livro. Já estamos cansados de exigir adaptações mais fiéis!

Tem tanto para falar sobre o tema que fizemos até uma live no instaram ano passado (clique aqui para assistir), mas no comentário de hoje, decidimos ser otimistas e indicar algumas das poucas vezes em que esses filmes foram sonhos e não pesadelos! Com vocês, meu top 3 de melhores adaptações cinematográficas:

 

3° lugar: Com Amor, Simon


Capa do Filme Love, Simon
    O terceiro lugar vai para “Com Amor, Simon”! Para quem não sabe, esse filme conta a história de um adolescente gay com dificuldades para se assumir. Na internet, ele começa a trocar e-mails com Blue, outro jovem de sua escola que está passando pela mesma dificuldade. Os dois estão completamente apaixonados um pelo outro, mas suas identidades permanecem em segredo.

A adaptação não é completamente fiel ao livro: MUITOS detalhes foram alterados. Por exemplo, enquanto no livro os protagonistas mal seguravam as mãos em público, no filme eles se beijam numa roda gigante com a escola inteira aplaudindo. O livro tem um ar mais realista, enquanto o filme tentou seguir um caminho mais “conto de fadas”. Ainda assim, mesmo tendo vários detalhezinhos (alguns bem importantes) modificados, acho que no geral o filme conseguiu captar a essência do livro. Na falta de adaptações completamente fiéis, “Com Amor, Simon” leva o terceiro lugar por manter a trama geral e ser tão emocionante quanto o livro em que é baseado!

 

2° lugar: Harry Potter (exceto o 6° filme)


Capa do filme Harry Potter e a Ordem da Fenix
        E os filmes do Harry Potter entram no pódio como as segundas melhores adaptações que eu já vi! Menos o sexto filme, é claro, porque eles cortaram as partes mais relevantes da história. Se você vive em uma caverna e não conhece Harry Potter, essa é uma história sobre um jovem que mora com os tios. Aos 11 anos ele descobre que seus pais não foram mortos num acidente de carro como ele pensava: eles foram assassinados pelo maior bruxo das trevas de seu tempo. Assim, Harry é convidado para estudar na escola de magia e bruxaria de Hogwarts, onde faz novos amigos e vive suas próprias aventuras numa saga de 7 livros, 8 filmes e uma peça de teatro.
     Não vou mentir: Harry Potter foi a primeira adaptação cinematográfica que eu odiei na minha vida. Sou fã dos filmes desde os 3 anos de idade (acho até que HP é uma das sagas que mais me marcou). Lá pelos 9 ou 10 anos eu finalmente li os livros e entrei numa das fases mais insuportáveis da minha vida: toda vez que eu via os filmes era para criticar cada detalhezinho que não fosse idêntico ao livro. Cheguei ao ponto de que se você me dissesse que era potterhead e nunca tivesse lido os livros, eu ia responder que você não é fã de verdade porque Harry Potter é uma saga literária.

Capa do filme Harry Potter e a Câmara Secreta
     Felizmente (ou infelizmente), um tempo depois eu descobri o que era uma adaptação ruim de verdade. Pois é, se os filmes do Percy Jackson fizeram alguma coisa de bom foi me mostrar que as adaptações de Harry Potter não são tão ruins assim. Hoje em dia, eu reconheço que os filmes do nosso jovem bruxinho são incríveis, e gosto muito de todos eles. A exceção do 6° filme, eles conseguem captar as partes mais importantes da história, e a melhor parte é que a personalidade dos personagens permanece intacta. Considerando tudo, os filmes do Harry Potter são extremamente merecedores do segundo lugar!

 



1° lugar: Jogos Vorazes



E o grande Prêmio das Adaptações Cinematográficas vai para.... Jogos Vorazes! Introdução para os leigos: essa distopia trata de um país com 12 Distritos subordinados a uma Capital tirana, que todos os anos promove os jogos Vorazes, um evento onde dois adolescentes de cada distrito são jogados em uma arena para lutarem entre si até que apenas um saia vivo. Katniss, a protagonista, se voluntaria para participar dos Jogos no lugar de sua irmã, e acaba por começar uma revolução.

Capa do filme Jogos Vorazes A Esperança O Final

Embora os filmes não consigam transmitir todos os detalhes presentes nos livros e acabem por cortar algumas subtramas interessantes, eles acrescentam outros detalhes pertinentes para a história, como as cenas que mostram a perspectiva do presidente Snow, impossíveis no livro narrado em primeira pessoa pela Katniss. Os filmes agem como um complemento perfeito para a maravilhosa saga literária.

Se você chegou aqui achando que eu ia recomendar um filme que substituísse seus livros, está completamente enganado. Realmente não vale a pena assistir Jogos Vorazes para deixar de ler os livros. Como eu já disse, um complementa o outro. Se você só viu os filmes, recomendo que leia os livros, e vice-versa!

 

 

E essas são minhas adaptações favoritas no momento. Sei que devo ter deixado muitos filmes bons de fora, já nem sempre eu vejo o filme e leio o livro. Então, se você tiver alguma recomendação legal, deixa aqui nos comentários! Inclusive, se vocês gostaram desse texto, posso fazer uma parte dois com as piores adaptações que já assisti... Caso você queira essas parte dois, aproveite para seguir o site e comentar aqui em baixo para eu saber que você gostou. Também não esqueça de curtir, comentar, compartilhar e salvar o post do insta, isso realmente ajuda meu trabalho! Obrigada por ler, nos vemos no próximo domingo!


Laura

domingo, 18 de abril de 2021

Garotas de Neve e de Vidro


E estamos de volta com as resenhas aqui no Book&Geek! A recomendação de hoje não poderia ser mais especial: Garotas de Neve e de Vidro, uma história inspirada na Branca de neve e perfeita para os amantes de contos de fadas.... Esse é um livro com duas protagonistas: a princesa Lynet e a rainha Mina, representando, respectivamente, a Branca de Neve e a Rainha Má.

A história se passa em um reino dividido entre sul e norte, sendo que o último sofreu uma maldição que faz com que todos os dias do ano sejam de inverno. Mina era a filha de um temido mago do Sul, e não tinha amigos por conta da má reputação do pai. Certo dia, o mago conta para sua filha um grande segredo: quando era pequena, Mina sofreu com uma doença que destruiu seu coração, que teve que ser substituído por um de vidro. Esse coração de vidro era suficiente para garantir a sobrevivência dela, mas não era capaz de amar. Tudo que Mina queria em sua vida era ser amada, mas o problema era: como uma pessoa amaria alguém que não é capaz de ama-la de volta?

Todos esses pensamentos de Mina são realmente agonizantes. Ela sonha em amar e ser amada, mas tem plena certeza de que não é capaz disso. Ela chega a me lembrar o Maven de Rainha Vermelha: um jovem ou uma jovem que teve seus sentimentos destruídos por conta da manipulação de um familiar maligno, uma pessoa cujo amor foi roubado. Claro, as histórias dos dois personagens são bem diferentes, mas ainda assim, se você é fã do Maven, provavelmente vai gostar da Mina.

De um jeito ou de outro, o pai dela salvou a vida da princesa Lynet (na época uma recém-nascida) e recebeu a oportunidade de se mudar para o castelo da família real, no Norte. Lá, tomada pelo seu desejo de ser amada, mesmo que a amem apenas pela beleza, Mina tenta conquistar o coração do Rei, já que antiga rainha morreu ao dar à luz a Lynet. Ele, por sua vez, se casa com Mina, mas não consegue superar o falecimento de sua primeira esposa.

A obsessão do Rei pela falecida rainha é tanta que chega a ser doentio: em determinado momento do livro, descobrimos que Lynet não era filha biológica do rei: após a morte da rainha, ele pediu que o mago criasse a partir da neve uma menina que se tornaria idêntica a rainha ao crescer. Obviamente, isso faz com que ele coloque muitas expectativas sobre a princesa que não necessariamente ela vai cumprir.

E essa é a história de Lynet: de uma adolescente que apesar de fisicamente idêntica não é igual a mãe e tem medo de decepcionar o pai. Tudo isso só piora quando o rei decide que Lynet não pode mais ver sua madrasta, por que na cabeça dele Mina estava substituindo a mãe da menina. Acontece que a princesa nunca tinha conhecido a mãe e não sentia nenhuma falta dela, e a pessoa que realmente teve um papel materno na vida dela era justamente a madrasta.

Tenho certeza de que muitos adolescentes vão se identificar com a história da princesa, e com todas as questões dela quanto a não atingir as expectativas irrealistas da família. E se muitos vão se identificar com isso, algo com que todos vão se identificar é com a necessidade da protagonista de assumir novas responsabilidades que surge ao longo do livro. Nós podemos até não ter que governar um reino de conto de fadas, mas em um momento ou outro começamos a ter mais obrigações, seja enfrentando matérias mais complexas na escola, sejam as expectativas para a universidade, seja num primeiro emprego, etc.

Esse é um livro que emociona: tanto a história de Mina quanto a de Lynet te fazem sentir. As personagens são extremamente bem construídas, e as questões pelas quais elas passam são enfrentadas pela maioria das pessoas em algum momento da vida. As Garotas de Neve e Vidro são como duas pessoas reais no meio de um mundo fantástico.

A parte mais emocionante do livro acontece justamente no finalzinho dele, no clímax da história. Não vou falar muito sobre, mas posso dizer que esse é um dos livros que mais me emocionou (o que quer dizer muito, se considerarmos a quantidade de livros que eu já li), e essa parte da história me deixou realmente tensa.

Em alguns aspectos, a história delas se assemelha ao filme live action da Malévola. Ambas as releituras de contos de fadas trazem elementos da história original, mas os atualizam para os valores dos dias atuais. Assim como no filme da Disney, esse livro traz uma história não apenas sobre uma princesa encontrando seu par romântico, mas sobre o amor de uma mãe e uma filha.

Já que falamos em par romântico, vale comentar que, apesar de esse estar longe de ser o foco da história, nós temos um romance entre a princesa Lynet e Nadia, a cirurgiã do palácio. Nadia é outra personagem extremamente interessante, que tem seu passado, seus objetivos e sua personalidade própria, diferente do príncipe do conto original, que existia apenas para casar com a Branca de Neve. O melhor nessa personagem é que ela tem falhas, e comete vários erros ao longo do livro (ela provavelmente vai te dar raiva em alguns momentos) mesmo tendo as melhores intenções, e no final, ela e Lynet formam um casal interessante. Além de ser super bem construído esse casal também traz o elemento da representatividade, já que é literalmente um conto de fadas onde a princesa termina com outra garota.

Esse livro realmente me conquistou, e está oficialmente entre os meus favoritos. A única coisa que eu tenho a reclamar é sobre a falta de criatividade na capa composta por uma coroa. Vinte mil sagas sobre a realeza têm capas muito parecidas com essa, e seria legal se por uma vez na vida eles tivessem decidido variar. Mas fazer o que né? Apesar da capa, recomendo muito essa história, que conquistou um lugar não só na minha estante, mas no meu coração.


Laura



capa do livro garotas de neve e de vidro, composta por uma coroa, reflexos de neve e o titulo em azul claro.




terça-feira, 16 de março de 2021

QUADRIBOL ATRAVÉS DOS SÉCULOS

    Esse livro é um conteúdo extra de Harry Potter, sendo um dos livros presente na biblioteca de Hogwarts nos livros/filmes. Nele é contada a história do esporte fictício Quadribol, sua origem e suas regras.

    Nas primeiras páginas você até consegue ver o nome dos alunos de Hogwarts que leram e assinaram seus nomes lá, com um espaço extra para você colocar o seu. Eu AMO esse livro de coração, até porque eu sou MUITO fã de Harry Potter e saber mais desse universo foi maravilhoso e emocionante.

   O livro é mais informativo, não tem uma história, mas mesmo assim não deixa de ser incrível, principalmente se você é curioso sobre o universo mágico escrito por J.K Rolling.

   Sem dúvida recomendo esse livro para toda a fanbase de Harry Potter, não tem defeito, é curtinho, e não demora muito para ler. Eu me senti dentro do universo de Harry Potter lendo esse livro e você com certeza sentirá a mesma coisa!

Juliana



domingo, 14 de março de 2021

POEMAS AUTORAIS - ISA M.M.

           Oi, boa noite!

Eu sempre gostei bastante de escrever, e há um tempo comecei a escrever alguns poemas.... Então hoje vou trazer aqui 2 poemas que eu mesma criei, espero que vocês gostem. Um deles eu escrevi para uma aula de redação do ano passado, e o outro foi há uma semana, por aí, mas nenhum dos dois tem um título.

 


Cheiro de grama cortada

Me deixa entusiasmada,

Me lembra de quando a gente brincava

Naquela tarde de primavera

 

Cheiro de grama molhada

Me faz sentir amada,

Me lembra da rosa que plantamos

Naquela chuva em que nos encontramos

-Isabella M.M.


A parte mais bela

Da vida...

Quando tudo gira,

Mas continuamos em pé

E de todos os giros

Inesperados

Surge uma emoção singela

Aquela tal da

Poesia

-Isabella M.M.



terça-feira, 9 de março de 2021

A SELEÇÃO

           “A Seleção” é uma trilogia de livros de romance que se passam num futuro distópico, onde os Estados Unidos deram lugar a um novo país, chamado Iléa, que era uma monarquia onde reinava o sistema de castas, que iam desde a casta 1, da família real, até a 8, dos mais pobres. A protagonista, América, pertencia a casta 5, dos artistas. Nesse reino, sempre que o príncipe chegava na idade de casar, acontecia um evento chamado “A Seleção”, onde participavam 35 garotas comuns que competiam pela mão do rei.

A maioria das jovens do reino sonhava com essa possibilidade, mas esse não era o caso da América. Por um lado, acho extremamente interessante termos uma protagonista mais “antissistema”, mas por outro, sinto que a autora tentou criar uma personagem do tipo “eu não sou como as outras garotas”, um clichê extremamente batido e sexista que pressupõem que todas as “outras garotas” sejam iguais, todas dentro de um estereótipo de feminilidade colocado como algo pejorativo, sendo a protagonista a única exceção, criando uma espécie de falso feminismo.

Embora toda essa questão seja muito irritante, pelo menos nesse primeiro livro, posso dizer que gosto da América. Como falei, ela é uma protagonista “antissistema”, que não escolhe participar da seleção só porque é o que todo mundo quer. Ela entende como alguns conceitos por trás do evento são problemáticos, por exemplo: A Selecionada não poderia voltar para casa por conta própria, ela passava a ser considerada “propriedade do governo” e se o príncipe quisesse algo a mais com ela, ela não deveria negar. Sorte da América que o príncipe Maxon é legal, porque se ele não fosse.... Imagina só como isso tudo seria péssimo.

Mesmo não sonhando em ser princesa, a protagonista decide se inscrever para a seleção, porque era o que a mãe dela queria.... Além do mais, quais eram as chances de ela ser escolhida? Ela poderia deixar a mãe dela feliz e provavelmente não precisaria participar do evento, já que haveria um sorteio para selecionar uma garota de cada estado. Mas, é claro, por um acaso do destino, ela foi escolhida.

Quando foi divulgado que ela teria uma chance de participar da seleção, ela acabou decidindo ir, já que tinha acabado de terminar seu relacionamento com o namorado, Aspen, e precisava de um tempo afastada. Pessoalmente, não gosto muito do Aspen. Mesmo sendo de uma casta a baixo da América, ele vivia dando moedas para ela, mas quando ela decidiu preparar um jantar para os dois, ele surtou. Ele tinha essa necessidade de ser sempre “o provedor” que me irritava muito.

Quando chegou ao palácio, depois de ser um pouquinho hostil (e por um pouquinho hostil entenda que ela já chegou dando um chute naquele lugar) por medo de o Maxon ser tão ruim quanto as regras da seleção faziam parecer, ela e o príncipe se tornaram amigos. Eu gostava muito da amizade deles, e ia ter adorado se continuasse assim, mas é claro, esse é um livro de romance, então chegou num ponto onde a amizade se tornou paixão. Eu preferiria eles (polêmicas) só como amigos, em parte porque uma história de amor entre eles romantiza um evento claramente tóxico como a seleção. De um jeito ou de outro, não nego que eles são um casal muito fofo.

Outra personagem que se torna amiga da América durante a Seleção é a Marlee, que é a minha preferida de toda a trilogia. Ela passa por um momento muito marcante no segundo livro, então vou falar mais dela na próxima resenha, então continue seguindo o Book&Geek para saber quando postarmos a resenha de “A Elite”!

Esse livro vai ganhar uma adaptação na Netflix, que eu estou muito ansiosa para assistir. No entanto, já foram divulgadas algumas informações sobre a adaptação e bom... parece que ela não vai ser muito fiel ao livro. O fandom todo, incluindo eu, está apreensivo com esse filme... Mas qual é o pior que pode acontecer? Eles estragarem a história inteira e fazerem uma adaptação tão ruim que nem a autora gosta até que anos depois o fandom crie uma hashtag para que a Disney adapte o livro e a gente finalmente ganhe a promessa de uma série? (Quem aí entendeu a referência?).

No geral, posso dizer que gosto muito de “A Seleção”, porque traz uma crítica a toda a questão do sistema de castas, e a ideia de escrever um livro de princesa misturado com distopia foi realmente genial. É uma daquelas histórias que te prendem e te fazem relaxar no fim do dia. Claro, existem algumas coisinhas que me incomodam no livro, como a romantização de um evento como a seleção, o clichê de “eu não sou como as outras garotas” ou a falta de representatividade, mas não me arrependo nem um pouco dessa leitura, e recomendo muito que você leia!

Laura