Rainhas Geek... O que falar sobre esse livro? Uma história extremamente leve, com personagens incríveis, muita representatividade e vários temas importantes trazidos à tona.... Uma leitura que com certeza vale muito a pena, e com a qual vários leitores com certeza vão se identificar.
Neste livro,
nós conhecemos três amigos, Charlie, Jamie e Taylor, que sonhavam em visitar
uma grande convenção de cultura Geek, a Supacon. Naquele ano, Charlie, que é
atriz e youtuber, foi convidada a participar como uma das atrações do evento, e
acabou conseguindo ingressos para os amigos. A história é narrada do ponto de
vista da Charlie e da Taylor, cada uma com suas próprias tramas.
Taylor sonhava
em conhecer Skyler Atkins, a autora de seus livros favoritos, algo com o qual
me identifico muito, e sei que é o sonho de muitos outros leitores. Se eu
tivesse a oportunidade de conhecer o Rick Riordan ou a Becky Albertalli, com
certeza estaria tão empolgada quanto ela. Mas, infelizmente, enquanto Taylor
estava na fila para pegar seu autógrafo, a autora precisou ir embora. A única
oportunidade que a menina teria de conhecer seu ídolo seria participando de uma
competição de Cosplay da Rainha Firestone, onde o prêmio era um jantar com a Skyler
Atkins. Acontece que Taylor é uma pessoa extremamente tímida, que sofre de
ansiedade, síndrome de asperger e tem muito medo da exposição de subir em um
palco.
Toda a jornada
dela até participar da competição é extremamente emocionante, e eu quase chorei
em vários trechos. Uma das minhas partes favoritas do livro é quando a Taylor conhece
outra menina que, assim como ela, tem asperger. O que essa menina diz para a
Taylor é incrível, e essa parte do livro mostra a importância de conhecer
pessoas com quem você se identifica e passam pelas mesmas dificuldades.
Ao mesmo tempo,
ela vive um romance com Jamie, o terceiro amigo, que fica ao lado dela durante
as aventuras na convenção. Eles são o típico clichê do casalzinho apaixonado desde
o dia em que se conheceram, mas nenhum dos dois tem coragem de dar um passo a
mais para não estragar a amizade. Pessoalmente, não sou muito fã de clichês,
mas não posso negar que a relação dos dois é extremamente fofa.
Em paralelo a
tudo isso, temos a história da Charlie. Ela acabou de participar de um filme
com Reese, seu ex namorado, e planejava mostrar ao mundo que ela havia superado
o termino durante a Supacon. Acontece que, de ultima hora, Reese decidiu
aparecer no evento também. Para piorar tudo, muitos fãs ainda shippavam
“Chase”, então o estúdio decidiu que eles deveriam fingir que voltaram, ou pelo
menos que eram amigos muito próximos, para promover o filme.
Reese
conquistou um lugar na lista de personagens que mais odeio, ao lado da Umbridge
(Harry Potter) e do Octavian (Heróis do Olimpo). Ele foi um
namorado extremamente tóxico para a Taylor, e durante o livro, parece que falar
coisas sexistas é o maior passatempo dele. Esse personagem dá muita raiva, mas
acho muito interessante tê-lo no livro, como uma forma de criticar esse tipo de
comportamento, já que todas as personagens sempre questionam ele e respondem a
altura.
Através da
história da Charlie, também é mostrado como a pressão que nós botamos sobre as
celebridades pode fazer muito mal a elas. O relacionamento dela com o Reese era
extremamente tóxico, e ter isso exposto publicamente, com os fãs ainda
shippando mesmo após o termino, era muita pressão. Tudo isso deixou muitas
marcas negativas no psicológico da Charlie, e ela precisa lidar com todas essas
questões ao longo do livro.
Essa
personagem também tem a oportunidade de conhecer Alyssa Huntington, sua
Youtuber favorita, e também sua crush (sim, a Charlie é bi). Alyssa também
passou por uma experiência de relacionamento tóxico, com uma namorada dela da
faculdade. É muito interessante ver as conversas que ela e a Charlie têm sobre
isso, um tema muito delicado, mas que precisa ser discutido.
Charlie e
Alyssa tem a segunda história de amor do livro, e se você é do tipo que lê
fanfic, já deve conhecer milhares de histórias da personagem conhecendo sua
crush famosa e as duas se apaixonando. Pessoalmente, eu achei que o romance
delas aconteceu muito rápido e que podia ter sido mais bem desenvolvido. Elas
são muito fofas juntas, mas achei que foi tudo meio do nada.
Um dos pontos
fortes desse livro, como já falei lá no início, é a representatividade. A
Charlie, além de bissexual, também é descendente de imigrantes chineses, e sua
herança cultural é citada em alguns momentos do livro. Quanto a Taylor, eu
estava pensando em como nunca tinha lido um livro sobre uma menina com
asperger, e todos os personagens literários do espectro autista de que eu me lembro
são meninos. Além disso, Taylor também é uma pessoa gorda e que não se encaixa
nos estereótipos de feminilidade, o que também é explorado de forma
interessante.
Outra coisa
que gosto em Rainhas Geek é a capa, mesmo que isso seja uma característica meio
irrelevante. Eu AMO cabelos coloridos, e acho que acabou ficando muito bonito
nessa capa. E o livro também tem os cantos arredondados, o que eu achei bem
diferente.
Recomendo muito que você leia esse livro, que consegue ser leve e te fazer refletir ao mesmo tempo. Você com certeza vai se identificar com muitos dos dilemas dos personagens, além do mais se assim como nós for louco por livros e cultura geek.
Laura
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