sábado, 20 de fevereiro de 2021

RAINHAS GEEK

           Rainhas Geek... O que falar sobre esse livro? Uma história extremamente leve, com personagens incríveis, muita representatividade e vários temas importantes trazidos à tona.... Uma leitura que com certeza vale muito a pena, e com a qual vários leitores com certeza vão se identificar.

Neste livro, nós conhecemos três amigos, Charlie, Jamie e Taylor, que sonhavam em visitar uma grande convenção de cultura Geek, a Supacon. Naquele ano, Charlie, que é atriz e youtuber, foi convidada a participar como uma das atrações do evento, e acabou conseguindo ingressos para os amigos. A história é narrada do ponto de vista da Charlie e da Taylor, cada uma com suas próprias tramas.

Taylor sonhava em conhecer Skyler Atkins, a autora de seus livros favoritos, algo com o qual me identifico muito, e sei que é o sonho de muitos outros leitores. Se eu tivesse a oportunidade de conhecer o Rick Riordan ou a Becky Albertalli, com certeza estaria tão empolgada quanto ela. Mas, infelizmente, enquanto Taylor estava na fila para pegar seu autógrafo, a autora precisou ir embora. A única oportunidade que a menina teria de conhecer seu ídolo seria participando de uma competição de Cosplay da Rainha Firestone, onde o prêmio era um jantar com a Skyler Atkins. Acontece que Taylor é uma pessoa extremamente tímida, que sofre de ansiedade, síndrome de asperger e tem muito medo da exposição de subir em um palco.

Toda a jornada dela até participar da competição é extremamente emocionante, e eu quase chorei em vários trechos. Uma das minhas partes favoritas do livro é quando a Taylor conhece outra menina que, assim como ela, tem asperger. O que essa menina diz para a Taylor é incrível, e essa parte do livro mostra a importância de conhecer pessoas com quem você se identifica e passam pelas mesmas dificuldades.

Ao mesmo tempo, ela vive um romance com Jamie, o terceiro amigo, que fica ao lado dela durante as aventuras na convenção. Eles são o típico clichê do casalzinho apaixonado desde o dia em que se conheceram, mas nenhum dos dois tem coragem de dar um passo a mais para não estragar a amizade. Pessoalmente, não sou muito fã de clichês, mas não posso negar que a relação dos dois é extremamente fofa.

Em paralelo a tudo isso, temos a história da Charlie. Ela acabou de participar de um filme com Reese, seu ex namorado, e planejava mostrar ao mundo que ela havia superado o termino durante a Supacon. Acontece que, de ultima hora, Reese decidiu aparecer no evento também. Para piorar tudo, muitos fãs ainda shippavam “Chase”, então o estúdio decidiu que eles deveriam fingir que voltaram, ou pelo menos que eram amigos muito próximos, para promover o filme.

Reese conquistou um lugar na lista de personagens que mais odeio, ao lado da Umbridge (Harry Potter) e do Octavian (Heróis do Olimpo). Ele foi um namorado extremamente tóxico para a Taylor, e durante o livro, parece que falar coisas sexistas é o maior passatempo dele. Esse personagem dá muita raiva, mas acho muito interessante tê-lo no livro, como uma forma de criticar esse tipo de comportamento, já que todas as personagens sempre questionam ele e respondem a altura.

Através da história da Charlie, também é mostrado como a pressão que nós botamos sobre as celebridades pode fazer muito mal a elas. O relacionamento dela com o Reese era extremamente tóxico, e ter isso exposto publicamente, com os fãs ainda shippando mesmo após o termino, era muita pressão. Tudo isso deixou muitas marcas negativas no psicológico da Charlie, e ela precisa lidar com todas essas questões ao longo do livro.

Essa personagem também tem a oportunidade de conhecer Alyssa Huntington, sua Youtuber favorita, e também sua crush (sim, a Charlie é bi). Alyssa também passou por uma experiência de relacionamento tóxico, com uma namorada dela da faculdade. É muito interessante ver as conversas que ela e a Charlie têm sobre isso, um tema muito delicado, mas que precisa ser discutido.

Charlie e Alyssa tem a segunda história de amor do livro, e se você é do tipo que lê fanfic, já deve conhecer milhares de histórias da personagem conhecendo sua crush famosa e as duas se apaixonando. Pessoalmente, eu achei que o romance delas aconteceu muito rápido e que podia ter sido mais bem desenvolvido. Elas são muito fofas juntas, mas achei que foi tudo meio do nada.

Um dos pontos fortes desse livro, como já falei lá no início, é a representatividade. A Charlie, além de bissexual, também é descendente de imigrantes chineses, e sua herança cultural é citada em alguns momentos do livro. Quanto a Taylor, eu estava pensando em como nunca tinha lido um livro sobre uma menina com asperger, e todos os personagens literários do espectro autista de que eu me lembro são meninos. Além disso, Taylor também é uma pessoa gorda e que não se encaixa nos estereótipos de feminilidade, o que também é explorado de forma interessante.

Outra coisa que gosto em Rainhas Geek é a capa, mesmo que isso seja uma característica meio irrelevante. Eu AMO cabelos coloridos, e acho que acabou ficando muito bonito nessa capa. E o livro também tem os cantos arredondados, o que eu achei bem diferente.

Recomendo muito que você leia esse livro, que consegue ser leve e te fazer refletir ao mesmo tempo. Você com certeza vai se identificar com muitos dos dilemas dos personagens, além do mais se assim como nós for louco por livros e cultura geek.

Laura



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