domingo, 21 de fevereiro de 2021

O Lorax: uma análise do filme infantil que todos deveríamos ver

Esse foi um dos meus filmes animados favoritos quando eu era pequena, e hoje, decidi voltar e analisa-lo, depois de anos. Diferente de outras coisas que eu assistia quando era criança e acabei parando de gostar (cof cof, Bela Adormecida), continuo achando “O Lorax” incrível, e todas as lições que ele ensina realmente valiosas.

Vamos a uma pequena sinopse do filme? Ted vivia em Thneedville, uma cidade de plástico, onde todos eram felizes, mas tinha um grande problema: não existiam arvores. O menino adolescente era apaixonado por Audrey, uma aluna de Ensino Médio amante da natureza, que sonhava em conhecer uma arvore de trufula

Para impressionar a crush, ele segue uma pista da avó, que o levariam ao único homem que realmente sabe o que aconteceu com as arvores. Esse homem, o Umavez-ildo (sim, esse era o nome do personagem, você não leu errado), era o culpado do desaparecimento das árvores, e durante o filme, conta sua história para o Ted, criando um enredo dividido entre duas linhas do tempo: a do Ted, tentando conseguir uma arvore, e a do jovem Umavez-ildoo que ele fez para que elas acabassem.

A história foi feita para crianças, e traz uma estética colorida e alegre, acompanhada da moral ética sobre sustentabilidade.  Seja você uma criança, um adolescente ou um adulto, recomendo muito que assista esse filme, por conta dessa mensagem tão relevante e tão debatida nos dias atuais que ele traz.

Depois desse mini resumo, vou fazer minha analise com spoilers do filme, então, caso ainda não tenha assistido, recomendo que o faça antes de voltar aqui, porque isso vai ser essencial para o entendimento do comentário. Caso já conheça o filme, convido você a ler a minha análise:

 

Em Thneedville, mais um dia vai raiar

Bom, vamos começar falando sobre a cidade: dês de a primeira música, podemos ver como os habitantes de Thneedville são extremamente alienados, ignorantes e facilmente manipuláveis. Afinal, eles não vivem em uma cidade perfeita? Não é tudo muito colorido? Eles têm mansões e carros de impressionar! Eles têm onde estacionar! Os caras andam de esqui na rua! Em que universo isso não é um paraíso?

E daí que o ar não é bom? Eles podem comprar. No mundo colorido e infantil deles, isso é simples e fácil. Está tudo resolvido, e tudo perfeito. Não tem porque sair da cidade, não tem porque não amar a cidade, não tem porque não questionar a cidade. E sempre assim vai ser.

Na minha opinião, Thneedville representa a prisão de ignorância que nós e a sociedade construímos para nós mesmos, como uma falsa ideia de mundo onde tudo é perfeito e todos são felizes. Um estado de espirito onde somos facilmente manipuláveis, presos na nossa própria inocênciaOnde ignoramos todos os problemas. Fugir dessa prisão, sair de Theneedville, é fugir dessa inocência, mas também é se tornar menos manipulável. Fora da cidade, existe o mundo real, onde tudo não é falsamente perfeito. Fora de lá, o mundo é cinza. 

A primeira visão do Ted fora da cidade é um monte de árvores cortadas, e isso é chocante para ele. Mas quantas arvores existem em Thneedville? Tantas quanto do lado de fora. A única diferença é que fora da cidade falsa e de plástico o problema é perceptível, enquanto lá dentro isso é mascarado pelas cores da cidade. No fundo, Thneedville é tão perfeita quanto aquele pedaço de campo desflorestado.

E foi por isso que O’Hare se desesperou tanto com a perspectiva de alguém saindo da cidade, mesmo que fosse só um adolescente. Agora fora da fantasia de Thneedville, Ted se tornou menos manipulável e mais consciente dos horrores da cidade.

 

O Ar está à venda

Achei essa uma sacada particularmente interessante do filme. Sinceramente, não duvido que algum dia surja alguma empresa como a do sr. O’Hare, comomultinacional vendendo ar-puro e poluindo ainda mais o ar no processo, colocando a população em um ciclo vicioso de consumo. 

Essa parte do filme inclusive me fez lembrar de algo que um professor me disse uma vez, sobre a infância dele. Um homem mais velho, logicamente, que mencionou que na época dele, a água costumava ser gratuita. Tal qual o ar no filme, a água é um elemento básico para a sobrevivência, que já foi gratuito um dia, mas na atualidade custa dinheiro.

“O Lorax” é uma obra que foca exclusivamente na cidade de Thneedville e a ex-floresta ao lado, e não temos ideia do que aconteceu no restante do mundo. O que não nos impede, é claro, de imaginar o cenário internacional nesse contexto de ar a venda, por que duvido que uma empresa tão importante quanto aquela conseguisse prevalecer focando em uma cidade apenas. Nesse contexto global, acredito que passaríamos a ter países com crise de ar puro tento quanto temos países com crises de água, e tantas pessoas sem ar quanto temos pessoas passando fome.

Resumidamente, o ar puro é um direito básico do ser humano. Não podemos deixar que acabe se tornando um recurso pago no mundo real tal qual ele é no universo do filme, ou tal qual aconteceu com a água.

 

Família e Sociedade

Neste tópico, como nós acompanhamos duas gerações nas linhas do tempo diferentes do filme, decidi analisar cada uma delas separadamente. Na geração do Ted, vamos perceber como cada um dos personagens lidou com a questão das árvores, e na de Umavez-ildo, vamos entender um pouco dos pensamentos da família dele, e como isso influenciou suas escolhas.

Geração do Ted

Aqui, dês de a música de abertura, já vemos que quase todos estão tão presos ao círculo de manipulações doentios do sr. O’hare, mesmo que a maioria dos protagonistas sejam aqueles que escapam a ela. Dentro da família de Ted, a mãe é a maior representante do senso comum da sociedade: O jeito que ela fala sobre arvores naturais representa o que a grande maioria pensa naquela cidade, provavelmente alimentadas por Fake News disseminadas pelo sr. O’Hare (falaremos disso mais para frente). Para ela, arvores são só “um pedaço de madeira sujo e feio que fica saindo do meio da terra”, e creio que ela não tenha nenhuma noção de como a existência de arvores poderia diminuir a “conta de ar” dela.

As únicas pessoas da cidade que parecem discordar são a Avó e a Audrey, as duas “loucas”. Na mesa de jantar, quando a avó compartilhava suas antigas histórias sobre as arvores, ela era a velha gaga. Já a Audrey, quando fala sobre as arvores com o Ted, logo solta um “Você deve me achar louca”, o que significa que ou ela foi chamada de louca por outra(s) pessoa(s) anteriormente ou que os pensamentos anti-árvore da sociedade estão tão enraizados (desculpe pelo trocadilho ruim) nela que ela mesma se considera louca. Provavelmente as duas coisas. 

E assim a sociedade de Ted funcionava: ou você pensa igual a todos, como a mãe, ou você é uma louca. E acho interessante terem colocado as loucas como uma mulher de idade, ou seja, que tem experiência, e uma aluna de ensino médio, ou seja, uma estudante. Se fosse apenas uma delas, poderíamos culpar a falta de experiência da Audrey ou a desatualização da Avó, mas vemos claramente que nenhuma dessas coisas é o problema. Na verdade, aquela cidadezinha que se finge utópica chama a experiência e o estudo de loucura.

 

Geração do Umavez-ildo

Dizem que os vilões não nascem, mas são criados. Com nosso vilão-protagonista Umavez-ildo, não é diferente. No caso, acho que a vilania dele foi criada de uma combinação da pressão da família e da sociedade para que ele seja “alguém na vida”.

Bom, podemos começar pela parte de que a família do Umavez-ildo é inegavelmente tóxica. Quando ele vai bem, todas as críticas deles foram só para motiva-lo”. Quando vai mal, todos já sabiam que ele é um fracasso. A própria mãe chega a eleger filhos favoritos, o que é um comportamento absurdo vindo da pessoa que deveria estar lá para todos os filhos igualmente. Vemos o desespero dele para impressionar a família quando ele que considera quebrar a promessa que fez ao Lorax de não cortar asárvores só para impressionar a mãe.

Agora, vejamos a pressão imposta pela sociedade. Eu falei no parágrafo desse tópico que a família só é gentil com ele quando ele “vai bem”.  Mas o que significa ir bem? Aqui temos outra crítica clara a nossa sociedade. Des de sedo, todos sofremos muita pressão para “ser alguém na vida”. Passar em um vestibular. Ter um emprego fixo. Criar uma invenção milionária. Ter sucesso financeiro.

Em nenhum momento se espera que o indivíduo seja gentil, maturo, empático, altruísta, emocionalmenteequilibrado, sustentável, etc. O único sucesso que a sociedade, tal qual a família do Umavez-ildo cobram, é o sucesso financeiro a qualquer custo. Lógico, vivemos em um mundo capitalista, e para sobreviver, precisamos sim de sucesso financeiro. Só que tem uma linha tênue que separa trabalhar para se sustentar em uma sociedade de querer ser rico a custo de uma floresta inteira.

 

O Lorax, o Irritante

Sabe aquela clássica cena de filme em que aparece um anjinho em um ombro da pessoa e um diabinho em outra? Se a família do Umavez-ildo era o diabinho, então o Lorax era o anjinho.

Durante o filme, o Lorax funciona como a consciência ambiental do Umavez-ildo. Na primeira vez que cortou uma árvore, Lorax ainda não tinha aparecido, tal qual seu entendimento de como suas atitudes eram improprias. Na primeira vez que cortou uma árvore, foi por pura ignorância. E então apareceu o Lorax.

Des de o começo até o fim, Umavez-ildo se refere ao Lorax como irritante. Isso porque Lorax foi quem colocou a consciência do peso de suas atitudes na mão dele. A partir de agora, ele não era um desavisado, mas uma pessoa plenamente responsável pelos próprios atos. E isso é irritante. Ter responsabilidade é irritante, principalmente quando tende ao lado de admitir a própria culpa.

Quando a consciência bate à sua porta, o primeiro instinto é em tentar enganar a si mesmo, dizer que o seu erro não é tão grande assim. É exatamente isso que ele faz quando conhece o sr.  Bigodinho laranja: joga a culpa em outros, tenta invalidar a própria atitude, tenta se justificar. Às vezes, tentamos nos convencer de coisas sem fundamento apenas para ter a consciência tranquila.

Depois que superou a fase da negação e entendeu o problema, Umavez-ildo faz a promessa de não cortar mais arvores. E ele teria cumprido, se não fosse pelas questões mencionadas no tópico sobre a família dele. E de novo, quando se vê em conflito com a própria ética novamente, ele tenta achar desculpas infundadas mais uma vez, sendo a primeira frase dele quando concorda: “não haveria problema em derrubar só algumas arvores” (como se desse para manter uma empresa inteira derrubando só algumas né). Nessa fase da história, ele ignora ao Lorax, e ignora a própria consciência, mas vamos conversar disso no próximo tópico, avaliando uma das minhas músicas favoritas do cinema infantil.

Décadas depois, no finalzinho do filme, quando ele finalmente ajuda o Ted a salvar as árvores passando a semente a diante, ele finalmente fica de bem com o Lorax. Mas mais que isso: ele fica de bem consigo mesmo. Só podemos imaginar o que ele pensava nos anos que separam a geração dele da do Ted, mas de uma coisa podemos estar certos: esse foi um tempo de amargo arrependimento e de repensar as próprias atitudes, finalmente parando de inventar argumentos sem fundamento para justificar os próprios erros.

 

Será que eu sou tão ruim assim?

Lembra do que falei no tópico anterior sobre inventar argumentos baseados em nada para se justificar e ficar de bem com a própria consciência? Em outras palavras, manipular a si mesmo? Vemos toda essa questão de se manipular representada nessa música. Ele sabia que era ruim, mas não admitia. Preferia se enganar com mentiras bonitas, sair por ai de óculos de sol e sorriso no rosto dizendo que ele estava só fazendo o que é bom para ele, que esse era o seu destino, a lei da natureza, lei dos negócios, e o mais interessante: “para que reclamar se isso nunca vai mudar? ”.

O que me chama mais atenção nesse último argumento é que eu já me vi usando ele em vários momentos. Lógico, não sou uma empreendedora grande e poderosa como Umavez-ildo, mas já usei essa justificativa rasa e conformista para vários aspectos da minha vida: para que tentar estudar todo dia se eu sei que não vou ser capaz de fazer isso? Para que tentar me adaptar ao EAD se eu simplesmente não vou conseguir? Para que reclamar se isso nunca vai mudar?

E convenhamos, esse é um argumento horrível. Não adianta reclamar porque isso nunca vai mudar. Reclamar é o primeiro passo para mudar, então é quase dizer: porque mudar se isso nunca vai mudar? Porque mudar se eu não vou mudar? Gente, isso é um argumento tão profundo quanto “porque não”.

Esse filme e seu protagonista-vilão trazem uma mensagem sobre pôr a mão na consciência. Nós podemosmudar. Nós temos escolha. Se escolhermos ser ruins, é nossa culpa, e não das leis da natureza ou dos negócios. 

Cada um de nós pode ser só uma pessoa no que se trata de preservar a natureza, mas ainda assim temos o poder de evoluir individualmente e influenciar o próximo a fazer isso também. Se quer viver num mundo que age diferente, comece você mesmo a fazer isso. E isso não vale só para a sustentabilidade, mas para muitos campos da vida.

E então a música acaba, e lá está Umavez-ildo, encarando uma maquete de Thneedvile, a falsa cidadeperfeita. Sua construção. Sua armadilha colorida e artificial, com os muros impedindo de perceber ao real problema.

E aqui ele tem mais um confronto com Lorax, onde ele solta novamente seus argumentos infundados. Até que ele finalmente encara o que fez, e vê a última arvore da floresta sendo cortada, e os animais, incluindo o barbaludemais próximo dele, fugindo. E só agora ele percebe o mal que fez: quando é tarde demais para mudar alguma coisa.

 

Manipulação e Fake News

Depois de falar sobre as manipulações internas de Umavez-ildo, vamos analisar a manipulação num contexto maior, em toda a sociedade de Ted. Já falamos de como a cidade de Thneedville representa um estado de ignorância que deixa os indivíduos altamente manipuláveis, e já percebemos como a sociedade agia de acordo com as árvores. Agora, vamos falar de como sr. O’Hare, o vilão até o fim da história, manipulava a cidade.

Claro, na época em que o filme foi lançado (2012) o tema Fake News não era o foco dos debates populares, mas ainda assim, acho que o filme acabou representando um pouco do tema. O sr. O’Hare mentia, distorcia, e omitia os fatos sobre as árvores, simplesmente porque elas apresentavam um risco ao seu negócio e ao seu poder.

Uma das coisas mais absurdas que vi ele dizer foi na cena do final do filme, quando Ted e sua família estavam prestes a cortar as árvores. Naquela hora, ele começou a soltar suas informações distorcidas sobre as árvores (e imagino que ele já tentasse convencer a população com esses mesmos argumentos a anos, e por isso todos tinham tanto pré-conceito com as ditas cujas), e eis o que eu achei o mais absurdo de todos: Pensem nas crianças”. 

Ele falou isso como se as crianças de Thneedvillefossem saudáveis e felizes, e as arvores fossem estragar isso. Só que assim né, as crianças NÃO estavam bemnaquela cidade. Nós vemos claramente um moleque que nadava na radiaçãoEle estava literalmente verde por causa disso, e o homem tem a cara de pau de dizer que a sustentabilidade ia fazer mal as crianças, quando é justamente o contrário. Se isso não é Fake News, eu não sei o que é. 

Ele também usa algumas formas menos escrachadas de manipulação, destacando as característicasconsideradas negativas das árvores, e omitindo as positivas. Você se lembra do choque das pessoas quando descobriram o que era fotossíntese? Claro, era de se esperar que o cara não incluísse ela nos seus discursos, mas ainda assim, como ninguém tinha essa informação? Os dados estavam sendo manipulados nessa cidade? (E uma única coisinha que não entendi: se ninguém lá sabia o que era fotossíntese, como a Audrey descobriu? Acho que isso pode ser uma falha no filme, mas também, quem mandou eu analisar seriamente um filme com um personagem chamado Umavez-ildo? Talvez eu que esteja exigindo um pouquinho demais mesmo).

Acredito que a empresa do O’hare esteja manipulando os dados que chegam a cidade de alguma forma, e por isso ninguém tinha ideia de que arvores são essenciais no processo de renovação do ar do planeta. Isso fica ainda mais claro quando vemos explicitamente uma cena sobre censura, quando Audrey encontra a parede em que pintou a floresta de trufulas com uma demão de tinta cinza e uma plaquinha onde a empresa do vilão assumia a responsabilidade.

Temos também a cena em que O’Hare manda seu funcionário dizer algo para salvar a pele do patrão caso não queira ser demitido aos sussurros, e 5 segundos depois solta “fala o que pensa”, para dar uma impressão de que o funcionário concorda com qualquer asneira que o vilão queria que ele falasse. Como se trata de um filme infantil e bobinho, o homem ignorou o risco de perder o emprego e expressou sua real opinião, a favor das árvores, mas não tenho muita certeza de que na vida real seria assim.

 

 

A semente da esperança

Vamos falar sobre a semente que Umavez-ildo dá a Ted para que ele tenha a chance de trazer as árvores de volta? Considerando todas as nossas expressões populares sobre “plantar uma semente” que se referem a apresentar uma ideia nova a uma pessoa, acho muito significativo que o objeto que Ted recebe seja uma semente. Como uma semente da esperança.

A semente encantou a todos que a viram, até mesmo a mãe, que acreditava em tantas mentiras depreciativas sobre arvores. Convenhamos, isso é bem irrealista. Mas vamos novamente dar um desconto, porque esse filme foi feito para crianças, e por isso não pode ser muito complexo de entender. Vamos apenas ignorar a lógica por um momento e focar em como isso é poético.

Cada pessoa que via a semente, tinha a semente da sustentabilidade plantada em seu cérebro. Cada cidadão da cidade de Thneedville teve a semente plantada não só na praça da cidade, mas dentro de si. 

E lembra quem foi a primeira pessoa que vimos segurar a semente depois que os ramos de arvore de trufula começaram a crescer? A avó. A avó “louca” que já viu um mundo onde árvores existiam normalmente, não teve a semente plantada dentro dela. Ela já tinha essa semente dentro de si a anos. O que aconteceu foi que asemente que existia dentro dela floresceu. A avó representa todas as gerações passadas se lembrando de uma maravilha perdida. Mas como o próprio O’Hare disse “A vovó já jogou, e agora é a sua vez”. O “jogo” não está mais nas mãos dela, mas na nova geração, de Ted e Audrey.

E já que falamos no nosso querido vilão da companhia de ar, outra coisa simbólica foi a decapitação da estátua dele, o que acabou sendo essencial para que fosse possível plantar a semente. Aquilo não foi só a destruição de uma estátua; foi a destruição da imagem de herói, se não de um deus, que o homem tinha na cidade. Parar de idolatrar as pessoas erradas também é um passo importante caso queiramos evoluir.

A última simbologia que eu vou mencionar aqui (afinal, esse comentário já está gigante), é a destruição dos muros de Thneedville. A destruição dos muros da prisão disfarçada de paraíso do primeiro tópico. Quando, assim como Ted no seu primeiro momento fora da cidade, todos os seus habitantes também saíram do transe, e perceberam que a cidade NÃO é perfeita. Todos perceberam que Thneedville precisa mudar.

 

E essa foi a análise de hoje, me desculpe se ficou enorme, mas acho que já deu para perceber que eu amo esse filme.... Claro, ele tem alguns defeitos, como a motivação do protagonista ser impressionar a menina, e não necessariamente a ideia de ser alguém mais sustentável. Ainda assim, essa obra marcou muito a minha infância, e as lições de sustentabilidade que ele nos trazsão importantíssimas. Você discorda de algo que eu disse ou tem algo a mais a acrescentar? Deixe aqui nos comentários do site ou do Insta! 



Laura

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