domingo, 15 de agosto de 2021

Girl, Serpent, Thorn

 

Depois de me apaixonar com todas as minhas forças por “Garotas de Neve e de Vidro”, decidi que precisava ler mais livros da Melissa Bashardoust, e posso dizer com toda a certeza de que não me arrependi! “Girl, Serpent, Thorn” (Garota, Serpente, Espinhos), apesar de não superar o outro livro da autora, é com certeza uma obra prima.

Sério, o único grande defeito desse livro é nunca ter sido publicado no Brasil. No fim das contas eu gostei tanto da escrita da autora que comprei o original e aproveitei para treinar o inglês. Recomendo muito esse livro pra quem é bilíngue e está procurando por oportunidades para praticar, é aquele velho discursinho de todo professor: a gente aprende melhor um idioma fazendo algo que gosta! Acontece que se você não consegue entender inglês, infelizmente não vai poder ler por enquanto, vamos torcer para que um dia saia a versão brasileira!

Agora, vamos falar sobre do que se trata o livro em si? A trama foi baseada nas histórias da Antiga Pérsia, trazendo vários dos elementos dos contos desses povos, mas reinventando eles com valores mais atuais. É como no outro livro que li da autora, que recontava a história da branca de neve, a diferença é que dessa vez eu não conhecia as histórias originais, e o livro me deixou com muita curiosidade de pesquisar um pouco mais sobre elas (nesse quesito, é uma experiência semelhante a ler os livros do Rick Riordan quando não se tem nenhum conhecimento prévio de mitologia).

A protagonista, Soraya, é a Shazadeh (princesa) de um reino governado por seu irmão gêmeo, o Shah (rei). Acontece que ela não podia interagir com ninguém na corte (exceto por seu irmão, sua mãe, sua melhor amiga e o irmão idiota dessa amiga) e vivia sempre escondida nas sombras, perambulando pelas as passagens secretas do castelo, por causa do seu segredo: Soraya era venenosa, e todas as pessoas, divs (umas criaturas monstruosas lá da mitologia persa) e animais que ela tocassem morriam quase que instantaneamente.

Uma das únicas formas de vida que ela ainda conseguia tocar eram as plantas, por isso, ela cultivava um jardim, a prova de que ela não era capaz apenas de destruir, mas de criar. Isso era extremamente importante para ela, porque todo esse poder de destruição fazia com que a princesa se sentisse um monstro, como se faltasse pouco para ela se transformar totalmente em um demônio. Um de seus contos preferidos inclusive era sobre um antigo Shah que, por conta de sua maldade, acabou se transformando em um div. Durante toda sua infância e adolescência, ela tentava reprimir qualquer emoção negativa que sentisse, com medo de acabar com o mesmo destino do protagonista do conto.

No começo da história, a vida de Soraya tem três grandes reviravoltas: a primeira é que Sorush, seu irmão e o Shah, ia se casar com Laleh, sua melhor amiga (e por quem ela teve uma quedinha na infância, diga-se de passagem). A segunda é que uma div chamada Parvaneeh foi capturada, e ela tinha informações valiosas sobre a maldição de Soraya. A terceira é que um rapaz chamado Azad se tornou um Azatan (tipo os guardas do castelo), e ele era uma das poucas pessoas que não tinha medo de se aproximar da Soraya.

Eu poderia passar horas e horas falando desse livro, mas ele é cheio de reviravoltas, então sinto que qualquer coisa que eu for falar além disso é spoiler. Enfim, se você curte mitologias antigas, histórias de princesas, plot twists a torto e a direito, romances sáficos, problemas familiares, morais sobre auto aceitação e traições ao nível Maven Calore, esse livro é perfeito para você (assim como foi perfeito pra mim).


                                                               Laura




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