“A Seleção” é uma trilogia de livros de romance que se passam num futuro distópico, onde os Estados Unidos deram lugar a um novo país, chamado Iléa, que era uma monarquia onde reinava o sistema de castas, que iam desde a casta 1, da família real, até a 8, dos mais pobres. A protagonista, América, pertencia a casta 5, dos artistas. Nesse reino, sempre que o príncipe chegava na idade de casar, acontecia um evento chamado “A Seleção”, onde participavam 35 garotas comuns que competiam pela mão do rei.
A maioria
das jovens do reino sonhava com essa possibilidade, mas esse não era o caso da
América. Por um lado, acho extremamente interessante termos uma protagonista
mais “antissistema”, mas por outro, sinto que a autora tentou criar uma
personagem do tipo “eu não sou como as outras garotas”, um clichê extremamente
batido e sexista que pressupõem que todas as “outras garotas” sejam iguais,
todas dentro de um estereótipo de feminilidade colocado como algo pejorativo,
sendo a protagonista a única exceção, criando uma espécie de falso feminismo.
Embora toda
essa questão seja muito irritante, pelo menos nesse primeiro livro, posso dizer
que gosto da América. Como falei, ela é uma protagonista “antissistema”, que
não escolhe participar da seleção só porque é o que todo mundo quer. Ela
entende como alguns conceitos por trás do evento são problemáticos, por
exemplo: A Selecionada não poderia voltar para casa por conta própria, ela
passava a ser considerada “propriedade do governo” e se o príncipe quisesse
algo a mais com ela, ela não deveria negar. Sorte da América que o príncipe
Maxon é legal, porque se ele não fosse.... Imagina só como isso tudo seria
péssimo.
Mesmo não
sonhando em ser princesa, a protagonista decide se inscrever para a seleção,
porque era o que a mãe dela queria.... Além do mais, quais eram as chances de
ela ser escolhida? Ela poderia deixar a mãe dela feliz e provavelmente não
precisaria participar do evento, já que haveria um sorteio para selecionar uma
garota de cada estado. Mas, é claro, por um acaso do destino, ela foi
escolhida.
Quando foi
divulgado que ela teria uma chance de participar da seleção, ela acabou
decidindo ir, já que tinha acabado de terminar seu relacionamento com o
namorado, Aspen, e precisava de um tempo afastada. Pessoalmente, não gosto
muito do Aspen. Mesmo sendo de uma casta a baixo da América, ele vivia dando
moedas para ela, mas quando ela decidiu preparar um jantar para os dois, ele
surtou. Ele tinha essa necessidade de ser sempre “o provedor” que me irritava
muito.
Quando
chegou ao palácio, depois de ser um pouquinho hostil (e por um pouquinho hostil
entenda que ela já chegou dando um chute naquele lugar) por medo de o Maxon ser
tão ruim quanto as regras da seleção faziam parecer, ela e o príncipe se
tornaram amigos. Eu gostava muito da amizade deles, e ia ter adorado se
continuasse assim, mas é claro, esse é um livro de romance, então chegou num
ponto onde a amizade se tornou paixão. Eu preferiria eles (polêmicas) só como
amigos, em parte porque uma história de amor entre eles romantiza um evento
claramente tóxico como a seleção. De um jeito ou de outro, não nego que eles
são um casal muito fofo.
Outra
personagem que se torna amiga da América durante a Seleção é a Marlee, que é a
minha preferida de toda a trilogia. Ela passa por um momento muito marcante no
segundo livro, então vou falar mais dela na próxima resenha, então continue
seguindo o Book&Geek para saber quando postarmos a resenha de “A Elite”!
Esse livro
vai ganhar uma adaptação na Netflix, que eu estou muito ansiosa para assistir.
No entanto, já foram divulgadas algumas informações sobre a adaptação e bom...
parece que ela não vai ser muito fiel ao livro. O fandom todo, incluindo eu,
está apreensivo com esse filme... Mas qual é o pior que pode acontecer? Eles
estragarem a história inteira e fazerem uma adaptação tão ruim que nem a autora
gosta até que anos depois o fandom crie uma hashtag para que a Disney adapte o
livro e a gente finalmente ganhe a promessa de uma série? (Quem aí entendeu a
referência?).
No geral,
posso dizer que gosto muito de “A Seleção”, porque traz uma crítica a toda a
questão do sistema de castas, e a ideia de escrever um livro de princesa
misturado com distopia foi realmente genial. É uma daquelas histórias que te
prendem e te fazem relaxar no fim do dia. Claro, existem algumas coisinhas que me
incomodam no livro, como a romantização de um evento como a seleção, o clichê
de “eu não sou como as outras garotas” ou a falta de representatividade, mas
não me arrependo nem um pouco dessa leitura, e recomendo muito que você leia!
Laura
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