terça-feira, 29 de setembro de 2020

CÉU SEM ESTRELAS

             Céu sem Estrelas da Iris Figueiredo é um livro nacional incrível, com uma narrativa fluída, que aborda temas muito importantes principalmente para os jovens de uma forma delicada e leve. Essa obra é emocionante a cada virar de página, é impossível não se conectar com os personagens.

            A história gira em torno de Cecília, uma garota que acaba de completar 18 anos e como presente de aniversário é demitida da livraria na qual trabalhava. Sua vida não está nem um pouco fácil, além da demissão a menina tem uma briga terrível com a mãe narcisista. As duas já tinham uma relação conturbada, pois sua mãe dá mais valor ao namorado do que a ela.  Após essa discussão decisiva, ela decide passar um tempo na casa de sua melhor amiga, Iasmin.

            Ao ir morar na casa de Iasmin temporariamente, Cecília se aproxima de Bernardo, irmão de sua BFF e seu crush. Com o passar dos dias, os dois desenvolvem um relacionamento que é “escondido”. Ambos têm suas próprias inseguranças e medos, e terão que descobrir se estão prontos para se comprometer um com o outro. 

            O livro intercala entre o ponto de vista de Cecília e Bernardo, os protagonistas dessa história de superação, que carrega uma mensagem muito importante. Com essa narrativa intercalada conseguimos conhecer muito bem os dois, seus medos, inseguranças, traumas, como se sentem na presença um do outro e principalmente como se ajudam em momentos difíceis.

            O mais impressionante da obra é como os personagens são reais. É muito fácil se identificar com eles. Bernardo, por exemplo, tem dificuldades ao se comprometer em uma relação, por ter relacionamentos anteriores frustrados. Ele também tem certos problemas relacionados a amizade, algo muito comum entre adolescentes.

            Cecília é uma das minhas personagens favoritas, é impossível não se conectar com suas dores. Ela é incrivelmente forte, porém no início da obra ainda não conhece sua força. A protagonista passa por algo muito difícil e comum entre meninas: ela não aceita o próprio corpo, tendo inseguranças relacionadas ao seu peso. Ela é linda, mas não tem um corpo de modelo da Victoria’s Secret. Cecília não tem o peso que a sociedade exige que ela tenha.

 

            Além de não gostar do próprio corpo, a protagonista tem diversos problemas familiares o que a leva a uma espiral de pensamentos ruins, levando a ter crises de pânico e depressão. O livro traz uma lição muito importante relacionada à saúde mental, abordando o assunto de maneira delicada e sensível.   

O livro traz bastante representatividade, o que é um ponto muito positivo, também mostra os inúmeros preconceitos presentes na sociedade brasileira. A autora mostra como as pessoas são parecidas e diferentes ao mesmo tempo, como cada uma lida com as situações da vida, as dificuldades e inseguranças de forma diferentes e isso é incrivelmente normal. Não há nada de errado nisso, cada um tem seu tempo. Pode se perceber isso muito bem na relação da Cecília com a Iasmin.

A obra ensina como as palavras têm peso, como elas carregam história e que por trás daquele sorriso tem uma ferida por isso devemos respeitar e amar o próximo e pensar antes de falar, porque podemos machucar alguém sem querer, porém, ainda estamos contribuindo para a ferida de alguém. É necessário se colocar no lugar do outro e oferecer amor, não dor. Essa obra serve para refletir sobre muita coisa.

Esse livro deveria ser obrigatória para todos os adolescentes, pois mostra de forma clara que o que os dramas e exageros da adolescência  devem ser levados a sério, e sempre temos que ter empatia e estender a mão para aquela pessoa que sente dor, medo e problemas de autoestima porque não é só mimimi. 

Essa é a indicação de hoje, um livro que o leitor aproveita cada página e sente aquela dor quando termina. Uma obra que acalma a alma, mostra como somos frágeis, sentimos dor e como cada um leva seu tempo para curar as feridas. Mostra a verdadeira face do se humano, um livro 5 estrelas. Uma história incrível, e que amo. 


Vitória


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