sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

ESPADA DE VIDRO

    Esse é o segundo livro da série A Rainha Vermelha, da Victoria Aveyard, e, como sempre avisamos, contém spoilers do livro anterior. Se você ainda não leu o primeiro livro, recomendo que veja a resenha dele primeiro, ou fique por sua conta e risco.

       Após ser traída por Maven e fugir do Ossário, onde ela e Cal seriam executados, a protagonista acorda em um subtrem rumo a base secreta da Guarda Escarlate na Ilha de Tuck. Ela tem uma lista de nomes, todos de pessoas como ela, que tem sangue vermelho e os poderes dos prateados. Essas pessoas, que são conhecidas como “sanguenovos”, que são perseguidas e assassinadas, e a missão de Mare é resgatá-las. Porém, como ela tem poderes perigosos e causa medo em boa parte dos vermelhos, o líder da base de Tuck, o Coronel, não quer ajuda-lá nessa missão. 

        Por isso, ela foje de lá junto com a Farley, o Kilorn, o Shade e o Cal. Pessoalmente, amo todos esses personagens, exceto o Cal. A Farley é um exemplo de representatividade feminina, o Kilorn demonstra uma maturidade que falta em muitas pessoas reais ao lidar com seus sentimentos não correspondidos pela Mare e o Shade é o irmão mais velho que a protagonista precisava. Enquanto isso, o Cal tem conflitos entre tudo que foi ensinado a ele sobre supremacia prateada e sua paixão pela Mare. E tudo bem, eu entendo que ele foi criado para acreditar que a igualdade entre pessoas com sangue diferente não é possível e que não é fácil para ele mudar de lado, mas isso não quer dizer que eu goste dele. 

    Algo que amo nesse livro é como trata de pessoas diferentes, e como se considerar anormal faz as pessoas se sentirem sozinhas. Vemos isso através de Mare, que é diferente da maior parte da sociedade por ser Sanguenova, e diferente dos outros Sanguenovos por ser colocada no pedestal de uma líder ou uma nobre.

       Outra coisa que gosto nesse livro é como não romantiza o que o Maven sente pela Mare: É deixado bem claro durante a narrativa que ele não ama ela, mas é obcecado com ela. Do ponto de vista da Mare também: ela não é apaixonada pelo Maven, mas pela pessoa que pensou que ele fosse. Esses dois pontos são muito importantes, principalmente se considerarmos a quantidade de livros que romantiza esse tipo de relação tóxica.

        A protagonista está totalmente traumatizada pela traição do Maven, o que faz ela não confiar em mais ninguém, nem no próprio irmão. Não vou mentir: ela se torna bem insuportável. Ainda assim, acho interessante que esses sentimentos fossem retratados, já que ninguém que foi trado como a Mare e o Cal foram consegue sair disse sem sequelas emocionais, e essas questões são bem desenvolvidas ao longo do livro.

        Mais para o final do livro (e não se preocupe, isso não comprometera sua leitura) nós conhecemos minha personagem favorita da saga, a Cameron. Ela não segue a Mare ou o Cal cegamente só porque eles são a garota elétrica e o príncipe exilado. Ela sempre questiona e critica eles, o que faz boa parte do fandom odiar ela, mas pessoalmente, eu gosto. Na minha opinião, nenhum dos personagens são deuses perfeitos e sem defeitos, e é sempre importante ter alguém questionando as atitudes deles.

     Espada de vidro é um ótimo livro, embora eu ainda prefira o primeiro. Você provavelmente vai passar um pouco de raiva da Mare, chorar com uma coisinha no final (quem leu provavelmente sabe do que eu to falando), e o mais importante de tudo: aprender com muitas das críticas que o livro trás. Se você gostou de “A Rainha Vermelha”, não deixe de ler esse livro e os próximos da saga!

Laura




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