A Esperança é o último livro da
trilogia dos Jogos Vorazes. Uma obra realmente excelente, mas cuidado: como
essa resenha é sobre o último volume da saga, pode conter spoilers dos outros
livros. Caso ainda não tenha lido, recomendo que leia a resenha de Jogos
Vorazes (1° livro) ou Em Chamas (2° livro) primeiro.
Avisos dados, vamos falar sobre o
livro: após ser resgatada da arena do Massacre Quarternário, Katniss é levada
ao Distrito 13, que funciona com um sistema semelhante ao comunismo, onde todas
as atividades são controladas e não se consome mais que o básico.
O Distrito 13 declarou guerra
contra a Capital, mas, se quiserem vencer, precisarão do apoio dos outros
Distritos. Por isso Katniss é tão importante para eles: ela é o “Tordo”, o
símbolo da rebelião, a pessoa em quem o povo confia para derrotar a Capital.
Acontece que o objetivo dela nunca
foi derrotar a Capital. Tudo que ela fazia era para sobreviver e manter as pessoas
que ama vivas. A jovem não quer ser o Tordo. Por isso, o objetivo da
Presidente Coin (líder do Distrito 13) era convencer a garota a aceitar seu
papel como “garota propaganda da rebelião”. Com toda essa questão do Tordo,
podemos perceber a crítica que o livro faz à criação de “heróis” pela mídia,
usados para manipular as ações do povo e trazer esperança.
Nem é spoiler dizer que, depois de
um tempo, eles conquistaram seu objetivo: Katniss aceitou se tornar o rosto da
rebelião. A partir desse momento, a história foca na trajetória da protagonista
durante a guerra, e ressalta a crueldade da Capital. O que eles fizeram com
Peeta, que não foi resgatado na arena, foi algo realmente cruel. Mas você vai
ter que ler se quiser saber o que foi.
Algo realmente interessante nesse
livro é que não se trata propriamente de uma batalha entre bem e mal. Não é
segredo que o Presidente Snow é um tirano genocida, mas nós acabamos percebendo
que a Presidente Coin não é muito melhor.
O livro realmente vale a pena ser
lido, tal qual sua adaptação cinematográfica, que foi dividida em parte um e
dois. O interessante dos filmes, como eu disse nas resenhas anteriores, é que
apesar de vários detalhes importantes da história serem perdidos, podemos ver
trechos da história do ponto de vista do Snow e da Capital.
Os personagens são realmente
interessantes, cada um tendo sofrido sob as mãos da Capital de um jeito
diferente. Como vilão, o Presidente Snow também se sai muito bem: ele não é um
daqueles carinhas maus que só querem tacar o terror, como vemos em muitas
histórias. Ele é alguém sem empatia em busca pelo poder.
Temos também o desfecho do
triângulo amoroso entre Katniss, Gale e Peeta, embora isso não seja realmente
relevante para a história. Jogos Vorazes é realmente uma trilogia incrível, que
vai muito além de casaizinhos (o que não impede você de ter um ship preferido e
torcer para um deles, é claro).
Se o que você procura ler agora é
alguma história bobinha para relaxar, Jogos Vorazes não é a melhor opção. De um
jeito ou de outro, recomendo muito A Esperança para aqueles que gostam de uma
literatura crítica, que debate muitas situações políticas em uma sociedade
semelhante à nossa.
Laura
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